Apanha da azeitona

Estendendo-se de Novembro até Janeiro, a apanha da azeitona, por lugarejos, aldeias e vilas, sobretudo se a safra é pequena, continua a processar-se por varejo manual, como antigamente. Reúnem-se homens e mulheres munidos dos respectivos apetrechos indispensáveis à safra: escadas; cambos ou cambãos (pau com gancho para apanhar os frutos); joeiras ou cirandas (espécie de peneiras para separar o fruto das folhas); sacos; panais (panos que se estendem junto às oliveiras onde caem as azeitonas) e o varejão (vara grande para varejar as oliveiras), assim se dirigindo para os olivais, levando também os cestos da merenda. Terminada a safra o proprietário do olival ou olivais obsequiava então – como se faz aqui, ainda hoje – os ranchos com uma refeição, geralmente uma ceia composta por «uma sopa de feijão grande com hortaliça» (uso que permanece) e «caldeirada de bacalhau» (substituída por um guisado de borrego ou de cabrito), nunca faltando «as filhoses e o vinho» – tudo isso mantido actualmente de um modo mais restrito e familiar. Assim se repetem na Figueirinha Ecoturismo, ritos e tarefas, risos e confraternização, nascidos de um tempo que não se apaga na memória das gentes.

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